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Como escolher o melhor consórcio?

Há formas simples e formas simplórias. Tome cuidado com os argumentos que você acha relevante. Você pode estar entrando em uma fria e nem saber.

Uma maneira simplória de fazer a escolha do melhor consórcio é procurar apenas pela menor taxa. Nem sempre o mais barato é o melhor. As vezes, optar pelo barato implica em abrir mão de coisas que possam ser mais importantes.

Quando você faz uma reforma na sua casa, você contrata o pedreiro mais barato ou o que faz o melhor serviço? Prefere algo que dure muito tempo, ou não se importa de pagar menos e precisar trocar com frequência?

Ao escolher um carro, você compra o mais barato ou escolhe baseado no tamanho, potência e características de segurança? O carro mais barato te leva aos mesmos lugares que o mais caro, mas e a diferença no conforto? Você tem um sítio, seu carro aguenta a estrada de terra sem atolar?

No consórcio valem as mesmas observações. Um dos fatores a analisar é a taxa de administração. Um cuidado extra que devemos ter é que muitas administradoras maquiam suas taxas, dando o nome de taxa de administração para uma parte delas e usando outros termos como adesão, fundo reserva e outros nomes para coisas que no fundo, são simplesmente taxa de administração mesmo. Minha opinião pessoal é que esses pequenos detalhes dizem muito sobre a integridade da administradora. Uma empresa que se valha desses subterfúgios para implicar uma taxa menor irreal já começa mal a relação comigo, tentando me enganar com termos técnicos. Entre uma regra clara e uma um pouco menor, mas enrolada, prefiro a clareza.

É importante analisar o atendimento. Uma empresa em que tudo é feito pelo cliente, sem nenhum suporte, pode cobrar menos do que uma que possua uma ampla rede de atendimento. O que é melhor? Depende. Se tudo andar bem, talvez o automatizado não seja tão ruim, mas se tivermos problema, a quem recorremos? O robô do atendimento automático vai nos ajudar? No consórcio, é nosso dinheiro que está sendo administrado. Você confia em quem?

Os planos são uma decisão relevante. No consórcio moderno, há diferentes planos para diferentes objetivos. Nem todo consórcio é igual. Há planos mais adequados para quem deseja comprar seu imóvel rapidamente, há os mais adequados para quem prefere planejar e comprar apenas mais adiante. Há os que funcionam melhor para quem deseja investir como faço pessoalmente e divulgo nos meus artigos sobre investimento. E há os que podem ser melhores se seu objetivo for contemplar por lance.

Há detalhes nos planos como quantidade de participantes, que podem ser relevantes ou não. Um plano com muitos participantes é bom ou ruim? Depende do prazo, das alternativas de contemplação existentes, da quantidade de entregas mensais.

Você acha o prazo muito longo um problema? Sabia que no consórcio, é você que decide seu prazo? Você pode optar por um plano de 216 meses, ou 18 anos, e na prática concluir seu consórcio em metade desse tempo. Basta pagar duas prestações todo mês, a atual e uma antecipação. Desta forma você vai quitando o consórcio de trás para frente também. Todas essas antecipações espontâneas contam como lance pré-pago, então você pode ir aumentando o valor dos seus lances mês a mês, sem precisar tirar dinheiro extra do bolso para o pagamento do mesmo.

Você pode perguntar porque pagar uma taxa maior em um plano mais longo, em vez de optar por um plano mais curto e com menor taxa. É válida a pergunta. Ainda mais válida se o objetivo é antecipar prestações para concluir o consórcio mais rápido, como expliquei acima. Ainda assim, acredito que a diferença de taxa valha a pena. Não sabemos o futuro. Se houver qualquer inconveniente em nossas finanças ao longo do tempo, podemos continuar com as prestações menores e não precisar cancelar o consórcio antes do tempo, deixando de antecipar prestações por um tempo, se for o caso.

No caso dos investimentos utilizando os consórcios tudo isso é ainda mais relevante. Ao mesmo tempo em que a menor taxa teoricamente nos traria o maior lucro, de nada adianta pagar pouco e na hora de vender a cota contemplada não termos liquidez no mercado por ser de um valor e administradora em que não haja compradores interessados ou mesmo habilitados.

Quer um exemplo simples? A Caixa tem exigências tão altas, que até para adquirir um consórcio novo com eles é preciso passar por uma análise de crédito prévia. Em um país de economia informal como o nosso, muitas vezes as pessoas possuem os recursos necessários para comprar uma carta contemplada e honrar os pagamentos das prestações, mas ainda assim não conseguem comprovar a origem da renda. Pense em pedreiros sem empresa constituída, em empregadas domésticas, em prestadores de serviço como conserto de computadores em casa ou professores que dão aulas particulares. Não é querer incentivar a evasão fiscal, mas a realidade é o que é, não o que sonhamos ser.

Então o melhor consórcio é sempre um conjunto de fatores a ser levado em conta, nunca um ponto individualmente. Quem decide de forma simplória, descobrirá da pior maneira possível o erro que cometeu, mas aí, provavelmente será tarde…

Conte comigo para ajudar na melhor escolha. Quando o assunto é consórcio, conhecimento é o que te trará o resultado que você deseja.

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